quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Lidando com o Stress

O stress faz parte da vida de todo ser humano. Sentir stress é uma questão de sobrevivência. É ele o responsável por deixá-lo em estado de alerta em situações que envolvem algum risco. Você não tem a menor chance de se livrar do stress, ele é inevitável. Ainda bem, pois sem ele as sensações de um beijo apaixonado passariam em branco e certamente um carro passaria sobre você caso a iminência de um atropelamento não provocasse uma reação de defesa.

Em situações atípicas o funcionamento do nosso organismo se altera para que possamos dar conta do recado. Uma descarga de adrenalina interfere no ritmo de atividades de pulmões, cérebro e estômago, eleva a nossa temperatura, aumenta a transpiração, enfim, provoca uma revolução interna, mantendo-nos em estado de alerta até que o evento estressante termine. Resolvido o problema, o esperado é que voltemos ao que os médicos chamam de homeostase, estado de equilíbrio físico e psíquico. Neste sentido, o stress é necessário e saudável, já que indica que temos condições de nos adaptar a momentos que exigem mais do que o habitual. O drama é que nem todo mundo consegue “voltar ao normal”.

Apenas os mais atentos identificam os primeiros sintomas, todos eles psicossociais: irritabilidade, pressão de mandíbulas, ranger de dentes, agressividade e falta de prazer são os mais comuns. No início ele traz algumas vantagens temporárias como deixar o estressado muito mais criativo e produtivo, mas depois pode se tornar crônico e insuportável.

Cada pessoa tem um ritmo próprio e, por isso, uma maneira muito particular de se defender dos malefícios do stress. É um engano imaginar que a técnica de relaxamento do vizinho faz milagres contra o seu stress. Principalmente porque uma determinada situação pode provocar tensão e stress para uns e não para outros. Uma situação estressante não é sinônimo apenas de tensão no trabalho ou no trânsito. O aposentado que deixou o escritório e está de papo para o ar tem grande chance de ficar estressado com a falta do que fazer.

Se o stress não for tratado adequadamente, atentando-se para os problemas físicos e emocionais, pode se transformar em um estado prolongado e conduzir a pessoa a doenças que vão desde a asma e gastrite até infarto ou derrame cerebral.

Mudanças como divórcio, casamento, perda de emprego, morte de um parente e acidentes estão entre os principais causadores do mal. A adaptação a uma rotina diferente é sempre estressante. A intensidade do stress, entretanto, tem a ver com a vulnerabilidade de cada um. Contam a predisposição genética e a resistência psicológica. Fisiologicamente, a rota do stress começa no sistema límbico – localizado no sistema nervoso central – que avalia os estímulos e interpreta qualquer novidade como ameaça, provocando uma descarga de adrenalina. Dez bilionésimos de segundos depois de ser ativado, o sistema límbico detona uma série de reações bioquímicas que aceleram o funcionamento do organismo. Imediatamente após, o córtex cerebral faz uma avaliação mais precisa e os sintomas de stress cessam ou continuam – e até aí o processo é o mesmo em todos os seres humanos. As diferenças se estabelecem a partir de nossa própria avaliação psicológica sobre o que está ocorrendo.

Para lidar com o stress a melhor saída é ter um estilo de vida que alivie o impacto das dificuldades. Porém, não há um antídoto universal contra o stress. O estressado tem que encontrar recursos adequados ao seu tipo de temperamento. E também não é da noite para o dia que se abandona valores e condutas nocivos à saúde. Não é uma semana em um spa ou uma viagem de férias que vai livrá-lo de seus malefícios. Atividades físicas após uma dia estafante é perigoso, pisar na quadra de tênis com o propósito de descontrair e vencer também não vale, a luta por seguir padrões como dormir religiosamente em determinado horário ou manter a forma física impecável comprometem a qualidade de vida já que pessoas rígidas, altamente competitivas e ambiciosas e muito exigentes consigo mesmas e com os outros são alvos preferenciais do stress.

Uma das principais armas contra o stress é, sem dúvida, o bom humor. Ele é capaz de reduzir a taxa de hormônios que estimulam a agressividade e elevar os níveis de dopamina, endorfina e serotonina – hormônios responsáveis pelo prazer. Por isso, rever emoções, pensamentos e atitudes negativas é importante. Encontrar fontes de satisfação e harmonia é a chave para controlar o stress. O stress mostra as nossas limitações e potencialidades e, com o tempo, aprendemos a optar pelo que nos faz bem.




* (baseado em reportagem da revista Viver, edição 55)

Teste seu Stress

Você é vulnerável ao Stress?

Dependendo de até que ponto cada frase se aplica a você, atribua graus de 1 a 5 utilizando a tabela abaixo:

Sempre = 1
Com freqüência = 2
Às vezes = 3
Dificilmente = 4
Nunca = 5

1. ( ) Faço pelo menos uma refeição quente e equilibrada por dia

2. ( ) Durmo de sete a oito horas pelo menos quatro noites por semana

3. ( ) Dou e recebo afeto regularmente

4. ( ) Num raio de cem quilômetros, tenho pelo menos um parente em quem posso confiar

5. ( ) Faço exercícios físicos até suar pelo menos duas vezes por semana

6. ( ) Fumo menos de dez cigarros por dia

7. ( ) Tomo menos de cinco doses de bebidas alcoólicas por dia

8. ( ) Tenho o peso adequado à minha altura

9. ( ) Ganho dinheiro suficiente para as despesas fundamentais

10. ( ) Minhas convicções religiosas me fortalecem

11. ( ) Freqüento clubes ou tenho atividades sociais regulares

12. ( ) Possuo uma rede de amizade e conhecimentos

13. ( ) Tenho um ou mais amigos a quem posso confidenciar assuntos pessoais

14. ( ) Minha saúde vai bem (inclusive visão, audição e dentição)

15. ( ) Quando zangado ou preocupado, consigo falar abertamente do que estou sentindo

16. ( ) Discuto sempre com as pessoas que moram comigo os problemas domésticos (dinheiro, empregados, etc.)

17. ( ) Divirto-me pelo menos uma vez por semana

18. ( ) Consigo organizar meu tempo eficientemente

19. ( ) Bebo menos de 3 xícaras de café (ou chá e refrigerante) por dia

20. ( ) Tiro algum tempo para mim mesmo durante o dia

Resultado:
Some os pontos e subtraia 20. Qualquer número acima de 30 indica vulnerabilidade ao stress.

De 50 a 75 pontos = você é muito vulnerável

+ de 75 pontos = extremamente vulnerável

* Teste desenvolvido pelos psicólogos Lyle H. Miller e Alma Dell Smith do Centro Médico da Universidade de Boston
 
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